|
|
![]() |
![]() |
||
![]() |
Breve história da Flauta Doce O mais antigo instrumento semelhante às flautas doces atuais é a chamada flauta doce de Dordrecht, cuja existência remonta do século XIII. Esta "flauta doce medieval" possuía um corpo inteiriço, estreito e cilíndrico.
A partir do século XV a flauta doce se desenvolveu passando a ser chamada “flauta renascentista”. O instrumento alcançou seu apogeu em meados do século XVI. Ao longo de todo o século XVII foi praticamente usada como instrumento solista. Se nos séculos anteriores a flauta era composta de uma ou duas partes, no século XVII ela já era formada por três partes, como as flautas que conhecemos atualmente. Até o século XVIII foi utilizada em grupos instrumentais diversos, sendo pouco a pouco substituída pela flauta transversal. O interesse pela música antiga (barroca e renascentista), a partir do século XIX, fez com que a flauta doce voltasse a despertar o interesse de jovens musicistas. Já no século XX o inglês Arnold Dolmetsch (1858-1940) empreendeu pesquisas para permitir que as flautas doces tivessem uma sonoridade mais requintada. O trabalho de Dolmetsch lhe permitiu construir um quarteto de flautas para ser tocado com sua família em um concerto histórico no Festival Haslemere em 1926. Seu filho Carl Dolmetsch se tornou um dos maiores virtuosos da flauta doce. O conjunto de flautas criado por Arnold Dolmetsch foi copiado e produzido em série na Alemanha, onde se tornaram muito populares. Um fato histórico interessante é a introdução da flauta doce no Brasil pelos Jesuítas. Ao notarem que os índios utilizavam instrumentos de sopro feitos de cana, semelhantes às flautas renascentistas, os Jesuítas perceberam que o ensino desse instrumento era um bom recurso para a catequização, já que os índios tinham grande facilidade com os instrumentos de sopro. Há registros de que a atividade musical nas aldeias das Missões Jesuíticas foi importantíssima na catequese dos índios guaranis que viveram no sul do Brasil. Em 1935 Edgar Hunt introduzia o ensino de flauta doce nas escolas primárias inglesas e em 1937 foi fundada a "Society of Recorder Player". No Brasil, o ensino da flauta em escolas públicas começou por volta dos anos 1950, quando educadores suíços e alemães vieram ao Brasil, trazendo sua experiência. Desde então, a flauta doce, por sua versatilidade e baixo custo vem sendo uma maneira eficiente de musicalizar crianças e jovens, oferecendo juntamente com a técnica e prática instrumental, as bases teóricas que permitem ao aluno conhecer a leitura e escrita musical, podendo inclusive aplicá-la a outros instrumentos. Hoje em dia as flautas doces fabricadas possuem um som mais suave do que as flautas do século XVIII nas quais elas são baseadas. Existem no mercado flautas de madeira e de plástico como, por exemplo, as japonesas Yamaha, Aulus e Zen-on, além de uma série de edições modernas facsímiles e edições antigas e manunscritos editados na Europa.
- foto de uma flauta doce moderna –
|
![]() |
![]() |